"Se você não gosta de poesias, não leia". Essa foi uma frase dita por um professor aos alunos durante uma aula. Tenho dúvidas se ele tentou aguçar a curiosidade ou desestimular de vez aqueles que não gostam desse gênero literário.
Não farei críticas ao que foi dito apenas deixarei reflexões:
Você leria poesia se não gostasse?
Quantas vezes você leu algo que não gostou e mais tarde teve descobertas agradáveis através dessa leitura?
Em meu humilde ponto de vista, sou a favor do incentivo a qualquer gênero literário. Poesia é um dos gêneros literários que mais aprecio, então sou suspeita, mas na verdade só pretendo deixar um relato sobre uma leitura que não apreciei muito e após tê-la concluído descobri algo mais: a beleza na arte de Honoré Daumier.
Mesmo não sendo uma expert em artes plásticas ou artes visuais, como preferirem denominar, ainda posso ter o prazer de apreciá-las e ver além do desenho a intertextualidade presente na obra do pintor. E isso eu só pude perceber após ler o clássico Dom Quixote.
Confesso novamente: não gostei. Somente após ter feito uma apresentação sobre a obra, em que eu precisei relacioná-la à pintura, que passei a gostar. Apresentei à classe Honoré Daumier, um dos pintores que representou Dom Quixote de maneira peculiar. Muitos outros renomados pintores retrataram "o cavaleiro de triste figura", no entanto, Daumier inovou na cor e na luz de sua pintura dando a ela um aspecto aéreo e disforme, o que caracterizava muito o nosso herói/anti-herói Dom Quixote. Além disso, Daumier retratou muito do personagem idealista e sonhador que havia nele mesmo. O pintor emocionou- me e repensei a obra literária.
Talvez um dia eu até possa dizer a algumas pessoas para não lerem romances, epopéias, poesias, ou qualquer outro gênero que elas não apreciam, porém, meu discurso será outro: "Não leiam se não gostam de tal gênero, mas vocês não saberão o que poderiam ter encontrado (ou não) nessa leitura".
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