terça-feira, 4 de maio de 2010

Por trás das letras

"Se você não gosta de poesias, não leia". Essa foi uma frase dita por um professor aos alunos durante uma aula. Tenho dúvidas se ele tentou aguçar a curiosidade ou desestimular de vez aqueles que não gostam desse gênero literário.
Não farei críticas ao que foi dito apenas deixarei reflexões:
Você leria poesia se não gostasse?
Quantas vezes você leu algo que não gostou e mais tarde teve descobertas agradáveis através dessa leitura?
Em meu humilde ponto de vista, sou a favor do incentivo a qualquer gênero literário. Poesia é um dos gêneros literários que mais aprecio, então sou suspeita, mas na verdade só pretendo deixar um relato sobre uma leitura que não apreciei muito e após tê-la concluído descobri algo mais: a beleza na arte de Honoré Daumier.
Mesmo não sendo uma expert em artes plásticas ou artes visuais, como preferirem denominar, ainda posso ter o prazer de apreciá-las e ver além do desenho a intertextualidade presente na obra do pintor. E isso eu só pude perceber após ler o clássico Dom Quixote.
Confesso novamente: não gostei. Somente após ter feito uma apresentação sobre a obra, em que eu precisei relacioná-la à pintura, que passei a gostar. Apresentei à classe Honoré Daumier, um dos pintores que representou Dom Quixote de maneira peculiar. Muitos outros renomados pintores retrataram "o cavaleiro de triste figura", no entanto, Daumier inovou na cor e na luz de sua pintura dando a ela um aspecto aéreo e disforme, o que caracterizava muito o nosso herói/anti-herói Dom Quixote. Além disso, Daumier retratou muito do personagem idealista e sonhador que havia nele mesmo. O pintor emocionou- me e repensei a obra literária.
Talvez um dia eu até possa dizer a algumas pessoas para não lerem romances, epopéias, poesias, ou qualquer outro gênero que elas não apreciam, porém, meu discurso será outro: "Não leiam se não gostam de tal gênero, mas vocês não saberão o que poderiam ter encontrado (ou não) nessa leitura".

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