sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Troca de nacionalidade, uma propaganda impossível - outras ET Ceteras...

Desculpe amigo BR, mas precisa cuidar de sua miopia.
Já me surpreendi algumas vezes com o cartaz que agora descreves. Mas não é o governo federal que vos fala. Esse é apenas mais um engôdo da ferocidade da propaganda em prol da venda de abstrações e ideias distorcidas de outras miopias. O comércio por trás daquele cartaz é do serviço de pesquisa e do conhecimento das portas de fundo da burocracia. Vende a busca por um vínculo que até tu desconhece, ou remotamente conhece, buscam um qualquer parente, um tataravô não nomeado e carimbam-te como descendente. Agora pagarás carimbos mil e a pátria amada poderá não se chamar mais Brasil. Não se tornarás português mas terá o benefício da fila (a outra com pouca gente e mais atendentes) quando deixares a terra adorada. Também terás o almejado livre trânsito em um espaço em que as dimensões não vão além da América do Sul, porém com uma mãe de herança mais gorda, dispondo de uma gentileza amplamente reconhecida no imaginário do imigrante do nosso século.
Queremos, ou quereis vós, ou querem eles, ou... sei, também quis, quisera um dia eu.. como muitos ainda querem forrar as algibeiras de gordas notas que multiplicar-se-ão por 3 ao retorno do brasileiro (que exacerbará sua brasilidade enquanto estiver fora) à sua terra amada ao longe. Sim, um dia foi ao contrário. E um dia Brasil olhou mais para Portugal e, acredito poder dizer em um exemplo simples de quem entende mais quem em seu falar e quem conhece mais quem em seus autores, agora Portugal olha mais para o Brasil, do que o Brasil para o luso retângulo, nem que seja nos shows a céu aberto, ou apenas na tv em qualquer um dos constantes horários de novela brasileira.
Ah Senhor! Quantos Senhores há no Brasil?. E quando as senhoras deixaram de esconder seus filhos entre as saias que não mais usam para que esses filhos amadureçam a reflexão de sua história? Quando nos curaremos dos traumas de infância e começaremos a nos preocupar com as dores do agora? Quando afirmaremos nossa diferença por nossa convicção fundamentada, ao invés de demonstrarmos a febrilidade adolescente?
Não BR, não falo de ti. Estavas apenas míope. Falo de outras moléstias (em que acredito notar-me enfermas uns dias, quiça não muitos). Quem sabe quantas outras há? Tantas quanto os Senhores?

2 comentários:

  1. Po, eu to me sentindo muito copiada neste blogue! Vou falar: primeiro, posto algo sobre identidade, aí vem o Bruno e toma do mesmo assunto. Agora, acabo de inaugurar isso a que nesta postagem você dá continuidade: réplica a ideias dentro do blogue. Adorei esse negócio: pra mim espaço de reflexão tem que ser espaço de discussão.

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